terça-feira, 9 de novembro de 2021

Banda Forró Swing Nogueira volta à atividade com regravação de “Pra fazer o crau”

 

Grupo tem 11 anos desde o primeiro hit, contida em seu primeiro álbum, lançado em 2010. A banda prepara material novo para esse ano e pretende gravar lives para ficar mais próxima de seu público

Desde o primeiro lançamento, o hit “DJ aumenta o som”, em 2010, lá se vão 11 anos da banda Forró Swing Nogueira. O grupo musical que acaba de lançar uma versão de “Pra fazer o crau”, música interpretada pela banda Forró dos Bala e outros artistas que  ganhou uma versão vibrante dos paraenses.

A música já está disponível no youtube da banda e pretende ser o carro chefe do grupo na retomada de shows que eles aguardam ansiosamente para depois da pandemia. “A gente está respeitando as regras de isolamento mas confesso que estou ansioso para retomar os shows”, diz o vocalista Douglas.

A solução, por enquanto, é produzir lives. E a banda acaba de fechar contrato com uma produtora para fazer uma série de shows pré-gravados que pretendem disponibilizar no canal da banda em breve.

“A live pré-gravada é excelente porque a gente tem a oportunidade de estar de algum modo perto do nosso público e, por outro lado, a gente faz o esquenta pelos shows que estão por vir”, diz o vocalista Douglas, mostrando toda sua ansiedade para voltar aos palcos.

Sobre a gravação da música, João Nogueira, o proprietário e fundador da banda como baixista, explica que foi uma gravação autorizada e que foi motivada pela admiração que a banda tem pela banda nordestina Forró dos Balas.

O clipe, gravado na sala de João Nogueira, já bomba nas redes sociais aguardando a música a hora de chegar aos palcos quando a pandemia acabar. Enquanto isso a banda se prepara para as lives.

A Forró Swing Nogueira começou há 11 anos reunindo amigos da noite de Belém. Boêmios que curtiam as baladas e decidiram eles mesmos animar a festa com o som que mistura além do forró e da swingueira, muito arrocha e outros ritmos dançantes. Agora Se prepara para gravar também o segundo álbum para breve.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Outros Nativos oferece oficinas gratuitas na periferia de Belém


Festival oferece oficinas de arranjo para banda pop e direito autoral gratuitamente
Joel Flag e Nicobates compartilham conhecimento com os músicos e jovens da periferia de Belém essa semana no Projeto Outros Nativos

Joel Flag em ação na banda Suzana Flag: pop rock 


O Festival Sociocultural Outros Nativos realiza na próxima sexta-feira, dia 17, a oficina de Arranjo Para Banda Pop Rock. A ideia é estimular a formação de grupos musicais dentro dos bairros da Sacramenta, Pedreira, Barreiro e arredores para competir no festival. Mas há vagas para pessoas de outros bairros também.
Outros Nativos é um projeto patrocinado pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) por meio do edital de Projetos Culturais de Relevância Social. Sua intenção é trabalhar a sociabilidade do artista da periferia e premiar novos talentos musicais. O festival propriamente dito ocorre no segundo semestre.
Nesta primeira fase são realizadas dez oficinas preparatórias, todas na Escola Estadual Acy de Barros, na Passagem Mucajá, 245, entre Senador Lemos e Pedro Alvares Cabral. Durante a semana serão ministratadas oficinas de Direito Autoral e Gestão de Carreira, à partir das 17h30.
A oficina de Arranjo para Banda Pop Rock, ocorre de sexta à domingo, e será ministrada pelo produtor musical, guitarrista, arranjador e compositor, Joel Flag, da banda castanhalense Suzana Flag. “Basicamente, vamos trocar ideias sobre a nossa experiência com bandas e festivais e tocar juntos, trabalhando em cima das músicas dos alunos”, explica Joel Flag.
Joel Flag toca há 17 anos na banda Suzana Flag, que fez muito sucesso entre 2003 e 2011 na cena de Belém, tocando em festivais e ganhando prêmios. Como produtor gravou vários artistas como o próprio Nicobates, O Cinza e Thais Badu.   
O projeto é uma iniciativa do produtor, jornalista, compositor e cantor Nicobates, que mora na Sacramenta e percebeu o potencial da comunidade para a música. “A música é um instrumento de comunicação que liberta e pode trazer muitos benefícios à comunidade. Espero que todos possam aproveitar essa oportunidade que a prefeitura nos deu por meio deste edital”, comenta.
Nicobates dirigiu vários projetos como o Pará Pró Música, Bafafá Pro Rock, Pará Musica.Com e foi guitarrista da banda Norman Bates por 15 anos. Agora, lidera o projeto Nicobates e Os Amadores. No Outros Nativos, ele ministra essa semana oficinas sobre Direito Autoral e Gestão de Carreira.

SERVIÇO:
Oficina de Arranjo Para Banda Pop Rock
Com Joel Flag – Inscrições Gratuitas
De 17 a 20 de maio na Escola Estadual Acy de Barros
Informações: (91) 98168 7474 / outronativos@gmail.com

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Festival Sociocultural Outros Nativos - Parte 1

Neste vídeo, que publiquei no meu canal no Youtube, eu apresento o projeto Outros Nativos. Outros vídeos virão. Um dos primeiros movimentos que encontrei é a Batalha do Elevado, que surgiu pela mobilização da comunidade depois da extinção da Batalha da Dorothy Stang. Um dos objetivos recentes do projeto é apoiar e conseguir mais estrutura para a Batalha do Elevado. 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Menos uma batalha no elevado


Há um mês iniciei o trabalho do projeto Festival Outros Nativos, desdobramento da minha atuação como empreendedor social no bairro da Sacramenta. Este é um relato de um dia típico com outros empreendedores sociais do bairro


Sexta-feira, 15 de fevereiro. Cheguei com Samuel e Saul, irmão que fazem a Batalha do Elevado na Praça Dorothy Stang. Mal estacionei o carro e nos deparamos com a cena: cerca de 15 pessoas com as mãos na cabeça e pernas abertas no meio do anfiteatro enquanto cinco guardas da Rondac (tropa de elite da Guarda Municipal) de metralhadoras, motos, capacetes e mascaras na cara. Muk (Samuel) fica logo indignado: “Olha, esses caras!! O que estão fazendo!?”. 
Lembrei do depoimento do dia anterior de Fartura Baby para a matéria que estou fazendo sobre a Batalha do Elevado: “ A Polícia tem que parar de atuar maleficamente no movimento e atuar positivamente”. Digo pra Muka ficar na dele e desembarcar as coisas do celtinha enquanto eu me dirijo aos guardas municipais com minha pele clara, minha barba grisalha e minha camiseta preta dos Sex Pistols escrito “Pretty Vacant”.  Faço fotos enquanto me dirijo por trás da arquibancada do anfiteatro onde um dos guardas dá cobertura, de metralhadora na mão. 
Ele me cumprimenta enquanto eu subo o grande degrau da arquibancada e me pergunta se tem algum parente meu ali entre os revistados. Eu digo que não e tento explicar que vou desenvolver um projeto social ali com apoio da Prefeitura. Ele entende que eu sou servidor público. Eu explico minha condição de morador do bairro. Ele se justifica diz que é um procedimento normal e que são pessoas de bem (os revistados). Mostra um grupo de crianças que estão a seu lado direito. Ele as tirou do grupo de pessoas que estão revistando porque sentiram um cheio forte de maconha. E disse que, nesses casos, o Estado só atua quando a situação foge ao controle. 
Pergunto por que não existe policiamento constante como nas praças do centro da cidade e uso talvez erroneamente a expressão “policiamento ostensivo”. Ele ponta os colegas na revista e diz: está aí!. E disse que mais cedo tinha acontecido a mesma coisa no Horto Municipal (Centro da cidade). O papo se encerra gentilmente. Desejo boa tarde e bom trabalho. Eles terminam revista e vão embora pelo meio da praça passando por cima da grama mal aparada. A gente prepara o equipamento para a batalha do rap. É só mais um baculejo na quebrada. Dessa vez não teve assalto, prisão nem morte. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Tributo a Renato Russo com bandas autorais de Belém




John Pilonche, Superself, O Cosmo e Nicobates e os Amadores vão tocar músicas próprias e covers da Legião Urbana. Final vai ter uma jam session 

O Decibéis Pub realiza nesta quinta-feira, 11, véspera do Feriado de Nossa Senhora de Aparecida, seu primeiro Tributo a Renato Russo. O show conta com a participação das bandas John Pilonche, Superself, O Cosmo e Nicobates e os Amadores, que vão tocar músicas autorais e versões de músicas da Legião Urbana e de Renato. A data marca o 22º aniversário de morte do vocalista e fundador da Legião Urbana.  
“Em 20 anos como músico e compositor é a primeira vez que participo de um tributo a Renato Russo e Legião Urbana. Já assisti um bocado como ouvinte. Confesso que estou ansioso, e para mim, que sou um legionário assumido, vai ser emocionante. Entre os músicos da banda John Pilonche e o Universo Imprevisível, estarão tocando comigo meus dois filhos ao lado de mais dois amigos. E fazer esse lance ao lado deles vai ser o máximo”, celebra Madilson Pilonche, proprietário do pub e líder da banda.
Para Rael Andrade, vocalista e compositor da banda Superself, que lançou recentemente o single “Comprimido de Amor”, é praticamente impossível ficar imune às letras da Legião Urbana. “A reverberação dessas canções, até hoje, mostra a sua longevidade. É como se pudéssemos ver e ouvir Renato Russo aqui agora vivinho da silva. E certamente se ele estivesse aqui estaria opinando sobre a preocupante fase que a nossa jovem democracia atravessa”, conta.  
Já para Brancoso Aflolo, da banda O Cosmo, que lançou recentemente o EP “Origens”, a Legião Urbana é um exemplo claro de como um artista tem e precisa ser verdadeiro e sincero com o seu público. “Meu disco preferido é o Dois, que fez muito sucesso na época e catapultou definitivamente a banda no cenário nacional. O resto todo mundo já sabe. As letras paracem que foram escritas em 2018. Vai ser muito bom poder compartilhar com os amigos esse momento, tanto das bandas participantes quanto os fãs da Legião”, disse Brancoso. 
Pelo formato do tributo, cada banda toca três músicas autorais e três músicas de Renato Russo e Legião Urbana. “É um formato diferente porque é um tributo de bandas que celebram não somente o cover ou as versões, mas o significado dessas canções. São compositores e artistas que são influenciados por sentimentos semelhantes ao de Renato, sentimentos de indignação, mas também de amor e solidariedade. Muito a ver com o momento que vivemos”, explica Nicobates, da Nicobates e Os Amadores, que também está com o EP “Rock da Martinha” nas redes.

SERVIÇO:
Tributo a Renato Russo
Com as bandas John Pilonche, Superself, O Cosmo e Nicobates e os Amadores.
Local: Decibéis Pub (Conj. Bela Vista / Marex – Rua Florianópolis, 2112 – Val de Cães).
Ingressos: R$ 5
Informações: (91) 99288 6798

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Lançamento do CD "Adorai" de Sandro Santarém


MÚSICA GOSPEL
Cantor e compositor Sandro Santarém lança primeiro álbum católico em Belém

“Adorai” é um CD com arranjos pop modernos inspirados em grandes nomes da música católica e pretende colocar o Pará entre os produtores desse segmento artístico no Brasil



Ainda na adolescência Sandro Santarém iniciou sua trajetória na Paróquia de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua (PA). Lá ele descobriu a oração e a música ligadas ao movimento da Renovação Carismática Católica, e desde então sua vida tem estado ligada a esses dois elementos: música e oração. Depois de participar do coral da igreja, ele recebeu incentivos e foi estudar música no Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC), Região Metropolitana de Belém.
Hoje graduado em música pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Sandro se divide entra a atividade como professor de música em igrejas de Belém, o treinamento vocal de artistas paraenses e o trabalho autoral com a música cristã. “O ápice da minha carreira é, para mim, o lançamento deste disco. Nele eu coloquei tudo que aprendi em um projeto cheio de inspiração divina”, conta o cantor e compositor.
“Adorai” começou a ser composto em 2015. Segundo Sandro, sob a direção do Espírito Santo as orações começaram a surgir em forma de música. Ele então decidiu registrar as canções de forma caseira para uso em sua igreja. A missão tornou-se então um grande projeto de álbum que culminou com o CD a ser lançado agora. A experiência na música popular, ajudou a consolidar o projeto, pois Sandro Santarém já produziu e dirigiu espetáculos de Dayse Addario, Nanna Reis e Zarabatana Jazz Band, renomados artistas paraenses. “Como produtor e preparador vocal, atuo na música profissional de Belém há 10 anos, produzindo CD’s, shows e DVD’s”, conta.
            O cantor passou maior parte de sua vida cantando em grupos de oração e grupos missionários. O destaque é para o grupo Servos Missionários da Divina Providência, onde ele passou maior parte de sua adolescência, ministrando nos louvores e pregando o Evangelho. Atualmente, o cantor faz parte do ministério de música da paróquia São Pio X em Ananindeua e da comunidade católica Shalom.
            O álbum “Adorai” foi masterizado nos EUA por Brendan Duffey e traz ao público católico dez faixas de autoria do cantor, com arranjos e produção de Rodrigo Ferreira. São lindas e inspiradas canções de louvor e adoração a Deus, com instrumentação pop inspirada em bandas e artistas estrangeiros como Gateway Worship, Hillsong, Frei Rob Galea Ministry e The City Harmônic, além do brasileiro Tony Allysson e a banda paraense Prostrados.
“Com linguagem atual e arranjos modernos, o álbum tem como público-alvo todas as pessoas que creem em Deus, independente de religião. Na verdade, qualquer pessoa pode ouvir as canções pela sua composição lírica, mas são canções ligadas à religiosidade”, explica Sandro. 
            A beleza das canções e a técnica da interpretação de Sandro têm chamado a atenção de artistas e produtores. A cantora Nanna Reis gravou “Em tua presença” com Sandro e participará do show, assim como Judson Brito, da banda Prostrados, que gravou as flautas de “Todo Poderoso” e interpretará a canção “Pródigo”, de sua autoria, uma das duas únicas que estão no show e não fazem parte do repertório do álbum. “A outra música do show que não está no disco é “Toda Terra (The Whole Earth)”, uma versão do ministério americano Gateway Worship, canção que pretendo gravar um dia”, diz Sandro.
Como produtor e cantor, Sandro acredita no potencial dos servos e ministros de música de Belém, e que o Espirito Santo há anos vem abençoando esse estado com compositores e verdadeiros guerreiros da música em nossa Igreja. Um dos objetivos deste CD é fomentar a música católica no Pará e motivar outros cantores e bandas a lançarem seus trabalhos e obedecerem a missão de evangelizar na igreja contemporânea.
Muitas parcerias foram estabelecidas para a produção deste projeto, uma delas foi com o Quartel Design empresa renomada por criar a identidade visual de muitos artistas do seguimento gospel, e o Pulsar Studio, estúdio de som de grande qualidade técnica de Belém. O projeto também contou com profissionais de fotografia e vídeo como as fotografas Tereza e Aryanne e o filmaker Felipe Negidio. O show terá ainda projeções do VJ João Sabbah, e apoio da Doceria Amorosa, CD Music e de Ana Caraveo (make up). 

SERVIÇO:
Show de Lançamento do CD “Adorai”, de Sandro Santarém
Dia 19 de Setembro de 2018 – Às 20h
Local: Teatro Margarida Schivasappa – Centur
Ingressos: R$ 20 (R$ 10 meia entrada) – Comunidade Shalom (São Brás e Cidade Nova) e Paróquia Santo Antônio de Pádua (Mário Covas).
Informações: (91)  981687474

FICHA TÉCNICA
PRODUÇÃO:
PRODUÇÃO GERAL – SANDRO SANTARÉM
PRODUTOR TÉCNICO – NICOLAU  ALVES
DIREÇÃO ARTÍSTICA – CIBELLE JEMIMA
DIEREÇÃO MULTIMÍDIA – FELIPE NEGIDIO
ASSESSORIA DE IMPRENSA – ELIELTON AMADOR
SOM – JEREMIAS DE LIMA
ROADIE – NEMIAS MENEZES
VIDEO MAPPING – VJ JOÃO SABBAH
ARRANJOS BANDA- RODRIGO FERREIRA
ARRANJOS BACKINGS – ADRIANO CRUZ
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO – ANA LÚCIA PEIXOTO
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO - CÉLIA  ALVES
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO – SARA LIMA
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO – CAMILA CASTRO
MAKE UP- ANA CARAVEO

MUSICOS:
SANDRO SANTARÉM - VOZ
RODRIGO FERREIRA –TECLADO
TIAGO BELÉM –BATERIA
LUAN LACERDA – CONTRABAIXO
TIAGO VIANA – GUITARRA
FILIPE PAIXÃO – GUITARRA
DIEGO OLIVEIRA – VIOLÃO

BACKING VOCAL:
JONAS MACEDO
ADRIANO CRUZ
TIAGO SODRÉ
JUDITE NASCIMENTO

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

NANNA REIS: VOZ
BANDA PROSTRADOS
MONICKY ROMANHOLI: VIOLINO
JUDSON BRITO: FLAUTA  E VOZ

APOIO:
PULSAR STUDIO
DOCERIA AMOROSA
CD MUSIC


quarta-feira, 4 de julho de 2018

O revival da sociabilidade pela música



Publico a íntegra do release do lançamento de Rock da Martinha, primeiro single/EP oficial do meu primeiro álbum. 

Foto de Marco André Moraes e o Eloi avisando que é dia 5 o show


Um encontro de duas gerações em defesa da arte e da tolerância. Assim podem ser definidos o lançamento e show em torno da regravação da música “Rock da Martinha”, de Eloi Iglesias, pelo compositor e guitarrista Nicolau Bates, o Nicobates (ex-integrante da banda Norman Bates). O EP Rock da Martinha sai pelo selo Na Music e terá show de lançamento com a participação do autor da canção no dia 5 de julho no Núcleo de Conexão Ná Figueredo.
Composta por Eloi e os irmãos Cláudio e Cássio Lobato, que faziam parte do movimento Liberô Geral, a música foi lançada em 1987, no LP com o mesmo nome do movimento. “Todo mundo em Belém e também fora da cidade conhece ao menos uma música desse disco, que é ‘Pecados de Adão’, sem dúvida o maior sucesso de Eloi. Mas Rock da Martinha também é uma canção importante porque repercutiu muito, foi proibida de ser executada publicamente pela censura e era uma crônica de um momento histórico, social e cultural de Belém”, explica Nicobates.
O ex-guitarrista, que virou cantor de rock há três anos quando decidiu gravar suas próprias canções após a saída da Norman Bates, conta que ouvia Rock da Martinha aos 11 anos de idade e cantava todos os nomes da canção com entusiasmo sem nem sequer saber do que se tratava. “Eloi me contou que a canção foi baseada em uma matéria jornalística, que  denunciara os traficantes de maconha de Belém e que a ‘Martinha’ era, na verdade, uma corruptela de Matinha, o bairro onde o tráfico era mais forte”, conta o cantor, que também é jornalista de formação.
Sem a intenção de fazer qualquer tipo de apologia, a gravação acabou suscitando a reflexão sobre o consumo da maconha. Quando se encontraram para gravar uma entrevista sobre o lançamento do EP, Eloi explicou a natureza da canção. “Essa música surgiu na banda Grupo de Risco, que fazia parte de um movimento pornográfico artístico, no momento em que todas as regiões do Brasil tinham suas manifestações artísticas, como a tropicália, a galera do Ceará e o Clube da Esquina, nós tínhamos a Equatoriália e o Liberô Geral. E esse movimento tinha como intenção mexer com a cabeça das pessoas, fazê-las pensar, porque esse é também o papel da arte. Era a arte em defesa da própria arte, uma arte libertária”, conta o próprio Eloi.
“Baseado no que o Eloi conta, aquela era uma época em que tudo era mais romântico e a violência não era tão forte quanto hoje. Por isso, acredito que a música é mais atual do que nunca ao ser posta exatamente numa retrospectiva. Não apenas de revival da arte ou do gênero musical, mas um revival da sociabilidade. A canção é um registro de um tempo mas de forma nenhuma ela é datada. Ela nos mostra que houve um tempo diferente. Um tempo de uma sociabilidade que mudou também pela postura repressora no combate ao consumo da maconha. Tá mais do que na hora de voltar a discutir o assunto”, pontua Nicobates.
Rock da Martinha sai nas plataformas de stremming de música ao lado de “Voo do Pensamento”, composição de Nicobates que tem a participação de Flávia Aquino e Antonio Novaes (A Euterpia). A arte da capa, baseada em histórias em quadrinhos e na estética rockabilly, foi feita pelo ilustrador paraense Paulo Victor Magno. O show conta na formação de Os Amadores, banda “flutuante” que vai ter na formação dois bateristas e dois baixistas se revezando entre os momentos mais dançantes e mais pesados do show. A formação completa inclui Carol Endres, Ana Paula e Iza Vedo (backing vocals), Charles Andi (guitarra), Moriel Prado (contrabaixo), Dan Ferreira (contrabaixo), Wagner Nugoli (bateria) e Marco André (bateria).
Além de cantar Rock da Martinha com Nicobates, Eloi Iglesias deve cantar seu maior sucesso e uma música inédita de seu repertório. O setlist da banda inclui ainda as músicas do álbum cheio que deve sair no final do ano e algumas releituras de Caetano Veloso e Elvis Presley, além do brega pop anos 1980.

SERVIÇO:
Rock da Martinha – Com Nicobates e Os Amadores e participação de Eloi Iglesias
Local: Núcleo de Conexões Ná Figueredo (Pub) – Av. Gentil Bittencourt, 449
Dia 5 de Julho – Quinta-feira - A partir das 20h30
Ingressos: R$ 10 (valor de meia entrada)
Informações e entrevistas: (91) 98168 7474